Índice

Index

Com o crescimento acelerado das fintechs de crédito no Brasil que já reúnem mais de 46 milhões de usuários, segundo a Abfintechs a agilidade na concessão de crédito digital tornou-se uma vantagem competitiva decisiva. No entanto, essa rapidez também traz riscos: sem uma abordagem sólida de segurança, o processo de admissão digital (onboarding) pode abrir portas para fraudes, perdas financeiras e até sanções regulatórias.

O onboarding é o primeiro e mais crítico ponto de contato entre o cliente e a fintech. Uma falha nessa etapa pode comprometer a confiança na marca e gerar impactos graves. Neste artigo, mostramos como estruturar um fluxo de onboarding digital seguro e eficiente, utilizando recursos como biometria, validação de documentos e assinatura digital para proteger tanto o cliente quanto a operação financeira.

O desafio da segurança no Onboarding digital dos clientes

Com mais de 46,7 milhões de pessoas atendidas por fintechs de crédito em 2023, um crescimento de 82% em relação a 2022, o crédito digital consolidou sua presença no mercado financeiro brasileiro. Essa expansão, porém, trouxe um desafio: processos cada vez mais ágeis, mas também mais vulneráveis a fraudes quando não são bem estruturados.

O onboarding digital é uma etapa crítica. É nela que a fintech identifica, verifica e qualifica o cliente pela primeira vez. Qualquer falha nesse momento pode abrir brechas para fraudes, lavagem de dinheiro e não conformidades regulatórias, tornando-se um gargalo tanto para as áreas de compliance quanto para a experiência do usuário.

Verificação de identidade: o alicerce da admissão segura

  • OCR + validação documental: extrai informações de documentos e verifica a autenticidade com algoritmos, reduzindo erros humanos.
  • Multibiometria: compara dados do usuário com registros oficiais (ex: RG ou selfies governamentais).
  • Integração com bases oficiais: uso de APIs do governo via open finance para confirmação em tempo real da identidade.

Essa combinação cria um onboarding robusto, rastreável e resistente a fraudes, fundamental para fintechs de crédito que precisam de agilidade sem abrir mão da segurança.

As fraudes contra aposentados do INSS trazem à tona um alerta: é imprescindível fortalecer a segurança digital

Casos recentes expõem vulnerabilidades no sistema. Tecnologias multibiométricas podem ser uma forte aliada na proteção de beneficiários e na prevenção de golpes.

Como evitar o SIM swap: estratégias de prevenção para operadoras no Brasil

Entenda como o sim swap funciona, por que está crescendo no Brasil e como operadoras podem prevenir ataques para proteger usuários e dados digitais.

O papel do DNI e da identidade digital no Brasil

A implementação do Documento Nacional de Identidade (DNI) e a evolução da identidade digital no Brasil estão transformando a validação de identidade no setor financeiro. Com o apoio do Open Finance e do novo arcabouço regulatório, o Banco Central tem incentivado o uso de tecnologias como biometria e inteligência artificial nos processos de onboarding, ampliando o acesso a serviços financeiros, especialmente para a população de baixa renda.

Ao integrar essas bases oficiais de dados pessoais, as fintechs conseguem reduzir etapas manuais, acelerar a análise cadastral, melhorar a experiência do usuário e, ao mesmo tempo, fortalecer suas práticas de segurança e compliance, seguindo padrões globais de proteção à identidade.

Como construir um fluxo de onboarding seguro e eficiente

Etapas recomendadas: do cadastro à concessão de crédito

  1. Cadastro inicial: coleta mínima de dados (nome, CPF, e-mail, celular).
  2. Validação documental e multibiometria: captura de imagem + comparação com OCR e selfies.
  3. Autenticação multifatorial (MFA): uso de SMS, e-mail ou tokens para confirmar identidade.
  4. Análise de risco e compliance: integração com sistemas antifraude e anti-lavagem.
  5. Decisão automática: sistema libera, solicita informações adicionais ou rejeita.
  6. Assinatura digital: por meio de certificação digital (e.g., ICP-Brasil), com registro de data/hora.
  7. Armazenamento seguro e rastreável: documentação em conformidade com LGPD.

Autenticação forte e consentimento digital com validade jurídica

Para garantir validade legal e aderência à LGPD, a fintech deve:

  • Registrar consentimento explícito e rastreável.
  • Usar assinaturas digitais ou biométricas, reconhecidas pela legislação.
  • Gerar logs e auditoria com timestamp, IP e dispositivo essenciais em auditorias ou disputas legais.

Segurança como diferencial competitivo na admissão digital

Investir em um onboarding seguro, utilizando tecnologias como multibiometria, OCR, autenticação multifator (MFA) e armazenamento de dados em conformidade com a LGPD, vai muito além da simples prevenção a fraudes — torna-se um diferencial estratégico. Fintechs que liderarem esse processo não apenas construirão confiança com seus clientes, mas também acelerarão a aprovação de crédito, aumentarão sua resiliência regulatória e garantirão uma competitividade sustentável no mercado.